Jamie Foxx é um desses atores que se transformam: ele vive o personagem- não apenas o interpreta- e nos deixa perplexos diante de tal entrega. Ao viver um mendigo que toca violino com 2 cordas nas ruas de Los Angeles (a cidade tem mais de 90mil homless-sem teto), nos faz perguntar onde está o Ray Charles ou advogado de Gerard Butler em Código de Conduta(último filme que assisti e mais recente)... nenhum traço de outro personagem, nem dele mesmo!
Robert Downey Jr é jornalista, procura uma história, algo que o transporte, encontra alguem tocando violino e que se expressa como conhecedor do assunto ao ser abordado... dúvidas... confirmou com a Juilliard School-ele estudou por lá 2 anos- e assim se transforma no seu personagem para matérias no LA Times.
Um tema delicado pois este solista sofre de esquizofrenia e para isso não existe remédio. Ele ouve vozes dentro de sua cabeça e se torna violento... ele é Nathaniel Ayers Jr e sua história é verdadeira.
Ao tocar Beethoven no violoncelo que acaba de ganhar de uma leitora do jornal, embaixo de um viaduto, faz o jornalista ficar agachado ouvindo e se 'transportar' bem distante dali...o momento mais tocante do filme... e depois num ensaio de orquestra.
Estudei no Teatro Guaíra em Curitiba-PR onde a Orquestra Sinfônica tinha ensaios logo acima da sala de aula -as vezes no foço da orquestra- e como Nathaniel, ao assistir um ensaio, eu mesma me transportei para aqueles anos passados num templo da cultura paranaense... e assim, mesmo distante, a vivência contribui para outros momentos na vida, como escrever...
Direção Joe Wright (Orgulho e preconceito-Desejo e Reparação), era preciso mesmo um olhar mais sensível.
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