quarta-feira, 21 de outubro de 2009

BESOURO-cinema

A capoeira era considerada apenas uma briga de negros.
No filme temos um pouco deste Brasil republicano com hábitos da época colonial e da escravidão.
Em 1926, os negros, que ainda eram tratados como escravos em fazendas de cana de açúcar no nordeste, praticavam uma dança que parecia uma briga-capoeira- pelas ruas, no filme mostra como eram impedidos da prática... muitas vezes açoitados...
Já em 1953 foram liberados e podiam exercer suas atividades e agora em 2008 a capoeira foi considerada patrimônio histórico.
Besouro -apelido foi explicado logo no início quando um besouro começa a voar desafiando as leis da natureza e este menino se identifica- é quando começa a se interessar e aprender movimentos pelo seu mestre, e quando 'nasce um herói'.
Locações especiais fazem da fotografia algo a ser elogiado: lugares paradisíacos e atores negros maravilhosos-sem estrelas e estrelismos.
Aliás, um filme brasileiro sem favelas ou assuntos usuais e mostrando uma qualidade superior a muitos pretensos candidatos a premiação...
Pela reação do fazendeiro, creio, em relação às mulheres que trabalham na fazenda, ou os capoeiristas, se percebe que, no fundo, existia uma rivalidade mais como inveja e medo...
Eu gostei do filme pela coragem e ousadia do diretor João Daniel Tikhomiroff, pelas imagens da fotografia do equatoriano Enrique Chediak e todo elenco.
Premiado no VI Prêmio do cinema paulista com melhor fotografia, montagem e direção de arte.

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